Jones apavora o mundo da luta na sua batalha contra Reys!

O grande lutador cercado de polêmicas.

 A última luta do campeão meio-pesado do UFC (Jon Jones) gerou polêmicas acima da normalidade. Todo analista que acompanha um atleta por simpatia ou desafeto coloca uma dose considerável de tendência na sua análise, relativizando as investidas do adversário e super valorizando a menor iniciativa do seu atleta preferido. O fato é que Jones tem muitos fãs e muitos desafetos loucos para verem seu grande reinado ruir para confirmar as críticas e sepultar sua fama. Se suas lutas sempre são alvos de polêmicas mesmo quando nocauteia, dizem que ele só venceu por causa do dedo no olho, imagine suas lutas que vence por decisão que abre margem para interpretações e coloca no centro das análises a paixão cega que tentará convencer de que o vencedor da luta é aquele que o analista já queria que vencesse antes do combate se consumar. Vou buscar analisar de forma isenta ou deixar que minhas paixões influencie o mínimo no meu julgamento!
 E, antes de analisar a luta em si, vou fazer umas considerações iniciais. A primeira é situar a característica competitiva de Jonathan Jones para que exista uma honestidade intelectual nos meus argumentos.
  1. Jones é um lutador cauteloso, quando ele faz uma investida ousada usa alguma artimanha, por exemplo: - finge que vai quedar e dá uma joelhada ou cotovelada rodada. Ele não é como o Anderson Silva que se lançava a sorte e teve muito sucesso nisso, porém pagou com juros. Jones é tão cauteloso que depois que retornou vindo de uma punição judicial por abandonar uma grávida após bater o carro nela, fez uma luta sem  nenhum golpe espetacular e nem forçou suas tradicionais cotoveladas contra o Saint Preux.
  2. No imaginário popular o campeão tem obrigação de massacrar o desafiante, porém há desafiantes que são tão duros quanto o campeão, principalmente no UFC que muitos atletas são ex-campeões de outros eventos de MMA e/ou de outras modalidades como kickboxing, wresling, BJJ, etc. Houve na história outras lutas polêmicas envolvendo o cinturão, o GSP contra o Johny Hendricks no UFC 167, a primeira luta do Jones contra o sueco Alexander Gustafsson que literalmente mandou Jon para o hospital, inclusive foi uma luta mais complicada que a do Reyes e não gerou tanta indignação. O grande Gergard Mousasi ao estrear no Bellator contra Alexander Shlemenko teve problemas na sua primeira luta por ter lesionado o olho, mesmo tendo vencido dois rounds muita gente estava contestando, contando o ex-UFC e ex-campeão meio-médio Rory McDonald, gerando um desafio particular Mousasi que o devastou no confronto. Da mesma maneira a luta do Lyoto Machida contra Erick Anders que coincidentemente assim como Reyes , Miocic e o irmão de Jones são originalmente do futebol americano. Eu tenho dúvidas se o Reyes chegou a vencer realmente o Volkan Ozdemir. Pensando nestes detalhes é preciso se fazer algumas perguntas: - realmente a performance do Reyes não deixou dúvida? ele pisou no Jones de forma incontestável? Ou no máximo se pode dizer que ele deu trabalho ao campeão?
  3. Jones já venceu outras lutas por decisão, não é verdade que está em decadência, pelo contrário,  vencer muitas lutas com 5 rounds de MMA só um atleta com muita potência física. As duas primeiras vitórias de Jones no UFC foram por decisão, a primeira contra um capoeirista brasileiro que aceitou a luta de última hora, depois o Stephan Bonnar e na defesa de cinturão contra o Rashad Evans, Glover Texeira, Gustafsson, etc.
  4. Os juízes não são funcionários do UFC, são selecionados por sorteios pelas comissões atléticas e são os mesmo que atuam em outros eventos como Bellator, WSOF,etc. Inclusive o próprio Dana White que não é o melhor amigo do Jones, ambos já trocaram farpas, deu vitória pra Reyes! Na luta do José Aldo ele também discordou do resultado e deu vitória para Aldo. 
  5. Não é raro mudar de ideia a respeito de uma luta a revendo sem a adrenalina e expectativa de uma surpresa. Por exemplo, eu quando vi primeira vez Borrachinha contra Romero dei a vitória pro cubano, mas revendo a luta vi que realmente o Borrachinha venceu.
  6. É possível recorrer e apelar sobre o resultado de uma luta, como Weidman fez  depois de ter o rosto destroçado por Gegard Mousasi. Porém corre o risco de passar vergonha a ter a vitória do adversário confirmada com riqueza de detalhes técnicos, eliminando a possibilidade do discurso para torcida e terminar parecendo um chorão que não sabe perder, da mesma maneira que ocorreu com Chris Weidman.




  Devo confessar que antes das lutas percebia uma torcida muito grande nas mídias sociais contra o Jon Jones. Não faltava comentários declarando sua derrota com por menores antes mesmo do combate ocorrer, revelando um público anti-jones sedento para ver o campeão perecer. Um dia todos perdem, inclusive o Jones, mas para muitos isso é uma questão pessoal demais; para dizer que Jones sempre foi uma farsa, e isto não é verdade.
  Eu avalie o cartel do Reyes e vi algumas lutas e sinceramente apesar da sua invencibilidade via um atleta incompleto para enfrentar o Jones.  Ele estava sendo pressionado pelo Jared Cannonier e se aproveitava de seu comprimento para contra golpear, mas estava levando a pior, seu padrão de luta se repetia contra St. Preux, vi Reyes um lutador que caminha para trás o tempo inteiro, engraçado que as pessoas reclamão do Cigano por isso, mas este é outro assunto. Sua batalha conta o Volkan Ozdemir me deixou dúvidas e naquele momento conjecturei que ele não resistiria uma luta de 5 roudns frente a um atleta de elite, sua última luta foi contra um ex- peso médio que não tem tido boas sequências e ele venceu num erro técnico de Widman que caminhou para o lado da mão esquerda de Reyes e o Chris não é o queixo mais duro do UFC, mas Chris Weidman estava dando uma blitz nele e conseguiu impor uma queda. Eu tinha concluído que o UFC não o tinha testado contra um cara tão alto como Gustafsson ou Anthony Smith, exceto o St. Preux que não é tão consistente na carreira, para vender o Jones nos pesos pesados tirando facilmente a invencibilidade de Reyes um lutador grande como Miocic, e é atlético. O próprio Jones disse após a luta que tinha feito conclusões assim a respeito de Reyes antes do confronto. Porém Reyes surpreendeu e Jones também pelos motivos que direi a seguir.
(https://www.espn.com.br/mma/artigo/_/id/6622429/jon-jones-despista-sobre-mudanca-de-peso-e-diz-que-foi-surpreendido-por-reyes-no-ufc-247-ele-pode-nocautear-qualquer-um)




       Agora vamos a minha análise do confronto.
  - Os dois lutadores entraram bem confiantes no octógono e ficou bem emocionante a expectativa da batalha de gigantes, ambos tem 1,93 de altura. Eles entraram com o pé esquerdo o que mostra que não são supersticiosos, muitos lutadores colocam o primeiro pé direito dentro do octógono para dar sorte ou para não dar azar. Eles tocam as luvas de forma cordial quando o juiz lhes dá as instruções.

 1° Round.
 - Jones começa tentando uma queda no começo da luta, porém Reyes defende. Na sequência Jones se esquiva bem dos primeiros ataques do rival e acerta golpes nas pernas de Reyes. Jones começou a luta um pouco diferente do que costuma foi com mais ímpeto. Durante o combate Reyes manda um chute plástico na cabeça do Jones que defende com segurança. Algumas vezes o juiz ficava falando para Jones  "Look..fingers" Olhe os dedos, isso atrapalha a concentração com a frequência que ele falava com Jones. O combate prossegue com Reyes telegrafando chutes na perna que Jones sai bem dos golpes. Em alguns momentos Reyes parece melindrado, enquanto Jones lhe desfere golpes nas articulações das pernas. Jones leva um golpe na linha de cintura ( seu centro de gravidade) e perde seu equilíbrio, cai e levanta rapidamente, pelo ângulo de traz parece que levou um knockdown, porém na verdade apenas perdeu o equilíbrio.Surpreende o fato dele ter gás logo após levar um golpe na boca do estômago, as abdominais de Jon estão em dia. Durante algumas explosões de Reyes, Jones circula bem e não fica encurralado, porém leva alguns golpes importantes que Jones responde prontamente: - Jones circula bem e não fica fixo,  dificultando a colocação de golpes de Reyes. A partir da segunda metade do 1° round Reyes acelera o passo , mas conclui o round andando para trás buscando um contra golpe e Jones pressionando.
      A luta neste assalto foi bem dinâmica e difícil de pontuar com bons momentos para o desafiante que acertou bons contragolpes, porém andou para trás e levou golpes bem conectados. A grande maioria deu para Reyes esse round porque ele se movimentou bem e nos contragolpes teve algum sucesso por causa da sua altura, o seu estilo de luta lembra bem o de Vitor Belfort e o do Cézar Mutante que lutam no contragolpe.  Porém  Jones não foi francamente ameaçado como já esteve contra Gustafsson, Belfort e Marreta. As pessoas fazem um alarde desnecessário neste round. Eu daria  um 10 a 9 para Jones por ter procurado a luta e dominado as iniciativas do combate, mas como o Reyes conectou excelentes contragolpes não é loucura que deem 10 a 9 para Reyes, mas frisando que não foi algo excepcional, apenas uma luta bem disputa até então. Para qualquer lado há argumentos plausíveis para um 10 a 9, logo se permanecer assim o vencedor será declarado pela somatória de toda a luta round a round como era no antigo Pride MMA.

2° Round.
  Dominick Reyes começa o combate vindo para cima do campeão e investindo nos golpes na linha de cintura do campeão, claramente querendo minar o gás de Jones, mesmo porque no primeiro round ele desequilibrou o campeão com esse golpe. O desafiante começou esse round muito bem, porém Reyes volta a andar para trás conforme Jones aperta o passo e tenta lhe encurralar desferindo golpes nas pernas. Dominick reage as investidas de Jones e vem como um míssil para cima do campeão buscando a distância correta para boxear Jones até nocauteá-lo, Jones se esquiva e sai do raio de ação de Jones correndo e circulando pelo octagon e escapando de 95% dos golpes desferidos pelo desafiante, foi o melhor momento de Reyes neste round, porém Jones defendeu com louvor está tempestade,  ele em nenhum momento foi passageiro da agonia como muitos estão cantando, apenas repeliu a aproximação explosiva de Dominick Reyes que teve boa parte de seus ataques esquivados pelo campeão, ele não estava fugindo da luta apenas não entrou no jogo do Reyes pois isso lhe levaria ao perigo dando sopa para o azar. Vejo que estão fazendo mais barulho do que realmente foi este round.
 

Nos minutos finais do combate, Jones desfere um chute no rosto combinado com um soco na cabeça de Reyes. Conforme Jones domina  o centro do cage e caminha para frente Reyes responde  para evitar uma aproximação maior de Jones, luta competitiva, Bones coloca um golpe na linha de cintura,  Dominick  Reyes acerta um belo uppercut como contragolpe, porém Jones não se abala,  nada de impressionante ou de novo trazido pelo desafiante. O campeão procura a luta o tempo inteiro vai cercando Reyes, varia posição, Reyes a maior parte do tempo age com contragolpes, muitos no vazio, apenas provocado pelo ataque ou investida de Jones. Porém com momentos bons do desafiante e do campeão em neutraliza-lo. Dominick termina o Round aparentando cansaço, sendo ele um ex-jogador de futebol americano, mostra como a luta teve muita movimentação de ambas as partes.
 Como o primeiro round o segundo também é difícil de pontuar, na primeira vez que vi o combate tinha dado para Reyes com mais certeza por causa da explosão que teve no meio da luta ao ir para cima do campeão, mas ao rever a luta, vi mais mérito de Jones em frustrar o ímpeto de Reys. Agora não tenho tanta certeza se Reys venceu esse round, teve muitos detalhes rápidos, vou dá para o Reys 10 a 9, mas com um pé atrás.

3° Round
 O combate recomeça com Reyes caminhando para trás, enquanto Jones procura encurralar o desafiante. O comentarista da FOX USA,  diz que Reyes luta com o estilo de Vitor Belfort, andando para trás, a mesma impressão que tive anteriormente.
 Jones pressiona bastante Dominick, dominando  o octógono , vai conectando golpes e recebendo resposta de Reyes a aproximação, o campeão leva mais um uppercut plástico, mas permanece firme e busca uma queda no desafiante que defende bem, no entanto fica na grade levando alguns golpes. Jones nos segundos finais dá um chute voador e na sequência tenta uma queda no Dominick, porém o round termina neste último ato de Jones.  
 Nas estatísticas Reyes aparece na frente com mais golpes, porém Jones tem uma porcentagem maior de golpes significativos e domínio da área do octógono bem superior (91%). Esse round  dou 10 a 9 para Jones com clareza, Domick acertou golpes apenas andando para trás em respostas ao domínio de Jones e a golpes que levava do campeão. O domínio de  área de luta foi todo de Jones e Reyes ficou na grade algumas vezes.

4°round
   Neste Round Domick Reyes começa muito bem, conectando golpes contundentes no rosto de Jones, o campeão nesta situação buscou a queda imediatamente e consegue, entretanto Reyes se levanta e fica na grade, enquanto Jones ainda investe na luta agarrada, Dominick se defende bem e Jon abandona a posição e Dominick volta a caminhar para trás.- Bones busca outra queda que foi defendida, porém aplica uma joelhada e uma cotovelada no termino desta movimentação,
Dominick permanece integro e tenta responder sem sucesso. O campeão permanece pressionado o desafiante e coloca boa combinação de golpes e coloca Reyes na grade que escapa, mas parece ter sentido alguns golpes. Reyes aparenta cansaço nos segundos finais e o round termina com Jones conectando bons golpes. Este round foi o que Dominick começou melhor, porém com o decorrer da luta Jones foi dominando as ações e terminou o round bem. Dou 10 a 9 para Jon Jones e neste round o campeão lidera também as estatísticas de todos os golpes, além de domínio do cage e das iniciativas do combate.

5° Round
 O último round começa e Dominick que conecta o primeiro. - Jones investe na queda que Reyes defende, porém ficando na grade e depois o combate segue com Reyes caminhado para trás. Esse round foi um tanto morno e se encerrou com Reyes com pequenos sangramentos no rosto. Enquanto aguardava o resultado ficou um clima tenso e apreensivo na arena e quando a vitória foi dada a Jones houve vais, menos do quê quando Shogun venceu o Rogério Minotouro na revanche, muitas pessoas começaram a sair da arena.Os atletas se saúdam de forma cordeal e dão uma pequena entrevista no octógono. Os país e o irmão de Jones entraram no octógono, seus país acenão para plateia e tocam em Jones dando apoio e afago e parecem felizes.
 Para um desafiante que se diz um grande pugilista, Reyes na maior parte do tempo andou para trás do quê foi para uma luta franca na curta distância.  Na minha avaliação 10 a  9para  Jones, ficando um total de  49 a 46 na minha visão.
 Respeito quem vê diferente, mas por mais que alguém veja vitória de Dominick Reyes , o fato que ele no chocou o mundo, nem houve juiz comprado, pois a derrota de Jones seria mais lucrativa nas casas de apostas se o desafiante vencesse. Dominick fez uma boa luta e se mostrou perigoso, contudo não mostrou nada de extraordinário, a maioria de seus golpes acertados foram contragolpes pelo fato de Jones está buscando a luta o tempo todo, também frustrou as poucas investidas de Reyes. O campeão mostrou ter um gás impressionante, principalmente tendo levado golpes na linha de cintura. O Jon Jones já teve lutas mais desafiadoras contra Marreta, Gustafisson e Daniel Cormier, essa será uma das mais difíceis não a mais difícil.O Dominick não fez o que ele tem dito nas coletivas de impressa, pois quem chocou o mundo da luta foi a Amanda Nunes ao nocautear a Cyborg.
 E, na minha opinião, vitória justa para Jones. Eles devem se enfrentar de novo por causa da polêmica e porque Reyes parece ser o novo queridinho do Dana White, no lugar dele eu tomaria cuidado, pois os queridinhos do Dana se dão mal depois.
 Se eu pudesse dar uma sugestão para Jones se preparar para sua 29ª luta profissional e 16ª luta valendo o cinturão, eu recomendaria trazer o Vitor Belfort ou Cezar Mutante(tem envergadura longa) para o seu camp, pois ambos tem um estilo de luta semelhante ao do Reyes e seria muito bom para criar ciladas para Reyes.
Texto de Hamurab A. T. de Albuquerque
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